Segundo o site da Agência do Senado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o primeiro levantamento com os impactos causados pelo vírus. A pesquisa Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil, que contempla toda a educação básica, aponta que 9 em cada 10 escolas (90,1%) não retornaram às atividades presenciais no ano letivo de 2020. No ensino privado, 70,9% das escolas ficaram fechadas no ano passado. O número, embora seja alto, é consideravelmente menor que o da rede pública: 98,4% das escolas federais, 97,5% das municipais e 85,9% das estaduais.
Ainda segundo o Inep, o Brasil registrou uma média de 279 dias de suspensão de atividades presenciais durante o ano letivo de 2020, não sem consequências sérias para as aprendizagens das crianças e adolescentes nos anos seguintes. O estudo Perda de Aprendizagem na Pandemia, uma parceria entre o Insper e o Instituto Unibanco, estima que, no ensino remoto, os estudantes aprendem, em média, apenas 17% do conteúdo de matemática e 38% do de língua portuguesa, em comparação com o que ocorreria nas aulas presenciais.

O gráfico abaixo ainda demonstra o baixo engajamento dos estudantes nas aulas virtuais (17% para matemática e 38% para português), em relação ao engajamento das aulas presenciais. Tais índices permitem supor, ainda, que nos anos seguintes haverá vários efeitos negativos para o desempenho escolar dos estudantes, principalmente aqueles das escolas públicas.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Vitor de Angelo, explica que essa realidade não só aumenta os deficits educacionais, mas também agrava as desigualdades, “tanto na comparação de rede pública com a particular, como entre as redes públicas de diferentes regiões do Brasil, ou mesmo dentro das próprias redes públicas”.
Fonte: Agência Senado